Eles não criaram o Facebook, mas estão desenvolvendo uma nova transação de Bitcoin.
Ainda há motivo de comemoração para Cameron e Tyler Winklevoss, apelidado de “The Winklevii” por Mark Zuckerberg, de forma sarcástica, na moderna obra-prima de empreendedorismo na internet, The Social Network.
Contudo, ambos o verdadeiro e o falso Zuckerberg estão cientes de que os gêmeos Winklevoss – 6’5 ex-integrantes da equipe de Harvard – não são de se brincar.
Os dois informaram esta semana que o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York deu seu aval para a troca, Gemini, se tornar uma corporação de responsabilidade limitada. A troca começará suas atividades na quinta-feira, às 9h30.
A licença permite que a Gemini exerça muitos dos mesmos direitos de um banco: pode captar depósitos de seus clientes, conceder empréstimos e realizar transações entre moedas fiduciárias e Bitcoin em quase todos os estados. Está sujeita às mesmas leis financeiras que estabeleceram bancos de confiança, tais como State Street e Rockefeller Trust.
Nos empolgamos em anunciar que @geminidotcom abriu seu negócio hoje! Torne-se membro para financiar sua conta antes de começar a investir em #Bitcoin… https://t.co/TA9oD9D7q2— Cameron Winklevoss (@winklevoss) 5 de outubro de 2015
Tyler Winklevoss, ocupando o cargo de executivo-chefe da Gemini, afirmou que optaram pela certificação de credibilidade mais convencional em vez da BitLicense digitalmente adaptada pelo departamento, porque querem que seus serviços sejam acessíveis para pessoas comuns, além das instituições financeiras.
Nós estávamos tentando criar uma bolsa que pudesse ser usada e confiada tanto pela Rua Principal quanto pela Wall Street, disse ele em uma declaração.
A autorização concedida marca apenas a segunda vez que o departamento deu seu aval a uma empresa financeira focada em Bitcoin – e a terceira licença de qualquer tipo. ItBit recebeu uma designação semelhante em maio, e o mês passado foi a vez da Circle Internet Financial, que conseguiu seu primeiro BitLicense, uma autorização de negócios criada especificamente para moedas digitais.
Em 2013, os gêmeos mudaram seu foco para a moeda digital, depois de processarem Zuckerberg por alegações de que ele havia roubado sua ideia. Com a esperança de que o mercado on-line que criaram demonstraria um feito tecnológico ainda mais impressionante do que aquela rede social que dizem ter inicialmente projetado.
Segundo o Winklevoss, Bitcoin tem um potencial de impacto maior do que o compartilhamento de imagens, pois é capaz de enviar $0,50 para alguém em qualquer lugar do mundo.
Apesar dos registros muito verificados da criptomoeda no ano passado, o Bitcoin teve um desempenho pobre em 2014, desempenhando-se abaixo de cada moeda internacional – incluindo o rublo russo e a hryvnia ucraniana. Seu valor desceu de um final de 2013 alto de mais de US$ 1.100 para apenas US$ 240 atualmente.
O fracasso do Mt. Gox em 2014, que era a maior plataforma de Bitcoin do planeta, foi um acontecimento catastrófico que resultou no desaparecimento misterioso de quase meio bilhão de dólares em Bitcoin. Os irmãos Winklevoss foram prejudicados com o colapso.
O criador da startup BitInstant, Charlie Shrem, recebeu a pena de prisão, após os irmãos Winklevoss investirem no projeto.
Durante toda a confusão, os gêmeos se aferraram a sua posição sobre a moeda, persistindo na mesma decisão teimosa que eles exibiram ao discutir infinitamente com seu antigo companheiro da Universidade de Harvard.
Esses caras estavam destinados a vencer – eles não vão apenas ‘ir’. Eles não vão reconhecer que o jogo acabou e Mark conquistou com sucesso, segundo o roteirista Aaron Sorkin, cujo trabalho de 2010 para a Rede Social descreveu de maneira magistral a relação complicada, em uma entrevista para a Vanity Fair em 2011 com os irmãos.
Em 2014, a Winklevoss Capital inaugurou o “WinkDex”, uma ferramenta para rastrear o preço do Bitcoin em tempo real. Os irmãos Winklevoss, entretanto, ainda aguardam aprovação da SEC para o fundo de Bitcoin que eles propuseram em 2013. Em julho, os papéis para a licença do Gemini foram inicialmente arquivados.
Os entusiastas do Bitcoin acreditam que a última leva de novos negócios trará as modificações necessárias para satisfazer as necessidades do controle regulatório e reforçar ainda mais o Bitcoin como uma moeda mundial reconhecida.
Não são somente irmãos quem são celebridades a se juntar a fraternidade. O ex-boxeador Mike Tyson foi associado a um Bitcoin ATM em Las Vegas, mas ele foi acusado de fraude.
Mike Tyson declarou ser grato por fazer parte da Revolução Bitcoin ao compartilhar o link http://t.co/QJB6mJQKJZ via @CoinDesk em 25 de setembro de 2015.
Um número crescente de celebridades está dando seu aval público à criptomoeda, desde o ator Ashton Kutcher e o rapper Nas até o cornerback do Seattle Seahawks Richard Sherman e a ex-Spice Girl Mel B.
Toda a divulgação não parece ter surtido muito efeito no preço do Bitcoin. Se manteve em aproximadamente U$ 200 durante grande parte do ano anterior.